Pesquisa no Brasil aponta que 43% dos homens não fazem exames cardiológicos
Estudo do Instituto Lado a Lado foi realizado em todos os Estados do país com mais de 2.400 pessoas
Exames são importantes também para diagnosticar preventivamente e dar condições do tratamento ter mais chances de êxito; grande dos brasileiros, no entanto, não fazem porque acreditam que estão bem de saúde em razão de não apresentarem sintomas de doenças
Percepções e hábitos de saúde desconectados são os maiores entraves para que os homens brasileiros incluam na sua lista de prioridades a prevenção das doenças cardiovasculares. Isso é o que apontou uma pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) em julho deste ano, quando foram entrevistados 2405 homens de todos os Estados do País.
Ainda que o público demonstre conhecimento sobre hábitos saudáveis, existe uma nítida dificuldade em fazer sua transposição para a rotina. Isso é significativo em relação à atividade física, já que apenas 35% deles declararam se exercitar pelo menos três vezes por semana, e à alimentação: quase 80% relatam se exceder em açúcar, gordura, sal ou industrializados. O desafio também é significativo quando o assunto é controle da obesidade, já que metade da amostra se considera acima ou muito acima do peso e parcela expressiva não visualiza os quilos a mais na balança como um problema sério.
Ao serem perguntados sobre a frequência com que costumam fazer exames cardiológicos, 43% deles disseram não realiza-los. “Eles têm a ilusão de que não há necessidade ir ao médico porque se sentem bem. Porém, as doenças do coração são silenciosas e não ter sintomas não é sinal de saúde”, afirma Dr. Marcelo Sampaio, cardiologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Reforçando as palavras do cardiologista, entre os motivos que os impedem de ir ao médico com maior regularidade, 32% dos pesquisados disseram que não havia razão para ir ao médico justamente porque se sentiam bem; 42% apontaram o alto preço das consultas e 36% apontaram a falta de agenda disponível no SUS, entre outras razões.
“Ao contrário das mulheres, que tem a essência do cuidar dentro delas, a maioria dos homens ainda não internalizaram tal atitude. Dificilmente eles procuram os médicos para fazer prevenção e, quando isso ocorre, a doença já está em estágio avançado. É preciso que haja uma mudança cultural e de comportamento, principalmente porque as doenças cardíacas representam 31% dos óbitos no planeta, sendo a primeira causa de morte no Brasil e no mundo”, afirma Dr. Sampaio. Ele lembra que a conscientização e criação de um ambiente propício a um estilo de vida equilibrado são cruciais para reverter achados como esses, da pesquisa.
Siga seu Coração
Em sua 5ª edição, a campanha Siga seu Coração realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida realiza uma extensa programação por todo o Brasil, durante o Setembro Vermelho – mês de conscientização para as doenças cardiovasculares.
A campanha busca estimular a população a adotar de um estilo de vida mais saudável. “A cada ano, intensificamos as ações e ampliamos o alcance do movimento Siga Seu Coração no intuito de estimulr as pessoas a incluírem bons hábitos em suas rotinas”, conta Marlene Oliveira, presidente do LAL.
Segundo ela, este é o segredo para melhorar sua qualidade de vida e a longevidade. “Entretanto, muitas pessoas hesitam em reconhecer que possuem uma doença crônica e não tomam uma atitude para melhorar seu estilo de vida. É isso que queremos mudar”, finaliza a empreendedora social.
Do Instituto Lado a Lado pela Vida
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